O ditado diz que é errando que se aprende. No modelo de “startup” enxuta de Eric Ries, as empresas testam produtos e serviços constantemente e precisam do “feedback” de clientes. A partir dos erros e das críticas, aprimoram e otimizam o processo produtivo.
Na prática, segundo Naldo Dantas, secretário-executivo da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras), o método de experimentação consiste em colocar o produto no mercado antes, depois e durante o seu desenvolvimento.
“Quem disse que o processo de inovação deve ficar só no papel? As ‘startups’ enxutas vieram para mostrar que dá para inovar dentro do mercado”, afirma Dantas.
É isso que faz a Peela, de cartões pré-pagos. Em operação há sete meses, a marca vende seus produtos em quatro lojas pelo Brasil como forma de teste. A expectativa é chegar a mil estabelecimentos até o fim do ano. “O piloto serve para observar como será a adesão do público ao produto”, diz o sócio-fundador Eduardo Almeida, 41.
“TUDO REDONDO”
Além de contabilizar as vendas, o empreendedor afirma guardar e-mails de clientes com sugestões e críticas. O conteúdo, complementa, será utilizado. “Quando aumentarmos a escala [de vendas], tudo ficará redondo.”
Como Almeida, Ciro Anunciação, 28, dono da Digital Tour, “startup” de marketing imobiliário on-line, testa produtos com clientes e anônimos que conhece em eventos ou por intermédio de colegas.
Entre as opiniões, algumas foram adotadas: a criação de um tour virtual pelo imóvel e uma versão do site para tablet. “Ainda temos uma lista para adesões futuras.”
Com as ideias testadas e aprimoradas, a chance de uma empresa não vingar é reduzida, destaca Gustavo Caetano, presidente da Associação Brasileira de Startups.
“Enquanto empresas comuns crescem em cinco anos, as ‘startups’ enxutas crescem em dois devido à metodologia otimizada e focada em melhorias constantes”, afirma.
Fonte: Jornal Folha de SP