Há pouco mais de seis anos, uma pequena equipe comandada por Marco Antônio Raupp, atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, orientada por um grupo de planejamento liderada por Carlos Américo Pacheco, hoje reitor do ITA, iniciou o trabalho de implantação em de um dos projetos mais ambiciosos e portador de uma ampla visão de futuro, o Parque Tecnológico São José dos Campos. O que estava para nascer nas instalações da antiga fábrica da Solectron, à margem da Via Dutra, era a con-cretização de um longo trabalho de planejamento que vinha sendo realizado por lideranças locais, impulsionados pelo prefeito Eduardo Cury, e sob a regência inicial do saudoso Riuji Kojima. Tive a honra de participar desse grupo desde o início.
O programa Parque Tecno-lógico de São José dos Campos foi criado por decreto municipal assinado em 4 dezembro de 2006. O que, entretanto, materializou a determinação consciente da importância deste empreendimento foi a visionária e audaciosa decisão de aquisição do prédio, em 2006, e a sua imediata destinação ao estabelecimento do Parque, em harmonia com a iniciativa do Governo do Estado de criação de uma constelação de Parques –o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos.
Durante este período conseguimos implantar Centros de Desenvolvimento Tecnoló-gico, como o de Aeronáutica, sob a liderança da Embraer, com a participação do ITA e IPT; o de Energia, com a liderança da Vale Soluções em Energia (VSE), empresa instituída pela Vale e BNDES com a participação do ITA e da USP; e o de Tecnologia da Informação, que tem a Ericsson como empresa âncora.
No campo educacional, trouxemos a Fatec, atualmente com 1.500 alunos de graduação. Foram iniciadas as obras para a instalação da Unifesp, que hoje encontra-se na cidade com mais de 600 estudantes, e também a gestão da Universidade Aberta do Brasil, com 960 alunos. Isto possibilitou que o número de vagas públicas, em cursos de graduação, pulasse de 200 para 1650 -um acréscimo de 650% nesses últimos cinco anos.
O primeiro Centro Empresarial para pequenas e médias empresas, um dos pilares do Parque, encontra-se em pleno funcionamento, com 25 empresas e a concorrência de cerca de 300 pessoas. Trabalhamos com a perspectiva de iniciar as obras para o segundo Centro Empresarial -um prédio de 10.000m2, para cerca de 50 empresas, com o suporte financeiro do Estado, da Finep, da Prefeitura e a contrapartida financeira e logística do Parque. Com a firme decisão do Senai de implantação de sua escola técnica referência na área de Aeronáutica, e mais recentemente da Unesp, haverá muito trabalho pela frente.
Existe também a perspectiva de trazer para o Parque a instalação do ambiente que dará origem aos primeiros Satélites Geoestacionários Brasileiros. Certamente, no novo cargo que exerço frente à Agência Espacial Brasileira, terei a oportunidade de trabalhar para que isto aconteça.
É este um rápido resumo do que conseguimos desenvolver até o momento no Parque Tecnológico São José, e quero crer que fizemos um bom trabalho. Para mim foi um privilégio ímpar ter participado deste projeto desde o início, ter compartilhado dos sonhos e da ambiciosa visão de futuro que o Parque oferece à cidade. Uma cidade que tem um projeto como este em andamento, além de tantas outras instituições de ensino superior, instituições de pesquisa e empresas tecnológicas reconhecidas no Brasil e no exterior, é uma cidade privilegiada.
Fonte: Jornal O Vale