Sabemos que pequenas e médias empresas têm muito a caminhar com relação a automação e a implementação das tecnologias da indústria 4.0. Por essa razão, grandes empresas foram convidadas para o painel O setor aeroespacial e de alimentos transbordando suas experiências tecnológicas, moderado por Marcelo Nunes, coordenador do APL TIC VALE.
A proposta é mostrar projetos e soluções que já estão sendo aplicados pelas grandes marcas e em qual estágio da digitalização estão as indústrias no Brasil.
Para Mayron Rodrigues da Silva, gestor de contas da Siemens, os requisitos essenciais para a indústria são velocidade (tempo de colocação de produtos no mercado), produção flexível), qualidade e eficiência, digitalização. Digitalizar processos aumenta a vulnerabilidade nas linhas de produção e, por isso, a indústria também necessita de medidas de segurança apropriadas.
Silva também citou as tecnologias de ponta que permitem a fabricação autônoma: manufatura aditiva, engenharia cognitiva, tecnologias de nuvem, inteligência artificial, industrial edge, blockchain, 5G, realidade aumentada e virtual, entre outras.
Ronald Delfino, head de transformação digital da Nestlé e Julio Bolzani, head de sistemas autônomos da Embraer, trouxeram visões de suas empresas sobre a aplicação de sistemas autônomos.
Robôs
Para Renan Padovani, CEO da Autaza, muitas pessoas ainda guardam a visão de que, na indústria, haverá ou homens ou robôs. Na verdade, ambos juntos podem melhorar muito a produção, como foi abordado no painel moderado por ele, com o título Como a evolução dos robôs irá mudar a produtividade e a interação com o ser humano.
Até 2023 haverá mais de 4 milhões de robôs industriais em todo o mundo, como mostrou Marcelo Nascimento, gerente comercial técnico da Kuka Roboter do Brasil.
Mas colocar robôs no chão de fábrica, somente, não coloca a empresa no patamar de indústria 4.0.
É preciso estabelecer o propósito: o que a empresa quer resolver, definir os indicadores e definir os níveis de colaboração entre os colaboradores e os robôs, diz Gustavo Tozzo, gerente de desenvolvimento de negócios da Universal Robots.
Davison Rufino Marques, gerente regional de vendas da Energy Telecom, trouxe à discussão a vulnerabilidade das empresas gerada pela digitalização. É preciso estar atento a sistemas legados, ciberataques e espionagem industrial. Ele recomendou ainda que as empresas estejam bem antenadas à nova Lei Geral de Proteção de Dados.