A oitava edição da RM VALE TI chegou ao fim. O evento realizado pelo Parque Tecnológico São José dos Campos abordou temas relevantes para o crescimento das empresas. Mais de 20 palestrantes compartilharam informações fundamentais para os negócios que querem inovar.
Mais segurança para os negócios
O primeiro painel trouxe Eva Pereira, team coach de Alianças, Marketing e Legal da WOMCY moderando o tema Cibersegurança: proteja seus dados digitais e sua empresa no home office.
Para o diretor de segurança da informação da Avivatec, Evandro Ribeiro, é de extrema importância que as organizações capacitem seus colaboradores, pois grande parte dos ataques são baseados em engenharia social, buscando brechas abertas pelos usuários. Não é suficiente contar com as tecnologias mais inovadoras se a equipe não tem o treinamento adequado para proteger-se. Todos da empresa são elos responsáveis pela segurança cibernética.
Renato Mataitis, engenheiro de vendas da SonicWall, mostrou como o número de dispositivos IoT está crescendo vertiginosamente: a cada segundo mais de 120 equipamentos de internet das coisas ficam online. Lembrou que, com a pandemia, o número de pessoas trabalhando em regime de home office aumentou, favorecendo os cibercriminosos. Com os acessos fora do alcance da empresa, os atacantes aproveitam as redes domésticas que possuem menos camadas de segurança.
Já Rinaldo Scampini, fundador e CEO da Opentech, compartilhou dicas de segurança valiosas para o dia a dia das pessoas, seja no ambiente doméstico ou corporativo, como: manter o sistema operacional atualizado, deixar o firewall ativado, realizar conexão externa com a empresa somente por meio de redes privadas virtuais e nunca acessar redes públicas de wi-fi.
Inovação no canteiro de obras
O painel Tecnologias para reduzir riscos e tempo de execução de obras contou com a moderação de Mariana Costa, conselheira/coordenadora de projetos do CDTCC do Crea-SP, que destacou a importância da Building Information Modeling (BIM), um caminho sem volta para que as empresas possam, de maneira colaborativa, projetar, construir e operar um empreendimento.
Em seguida foi a vez da especialista técnica em edificações e instrutora ATC da FF Solutions, Larissa Gimenez, mostrar como a BIM pode se integrar com sistemas de informação geográfica para oferecer uma visão ampla do projeto de construção, bem como aumentar a precisão dos dados da obra. Este processo facilita a detecção de interferências, pois analisa informações de outras fontes, como topografia, geologia e terraplenagem.
Jonathan Degani, gestor de pós-obra da Brasil ao Cubo, comentou como a empresa atua para oferecer soluções construtivas ágeis. Citou alguns cases, com atenção especial para o Hospital de Retaguarda em São José dos Campos, obra com 1.554 m² entregue em apenas 35 dias. Com 67 módulos, distribuídos em dois pavimentos, o projeto foi construído no parque fabril da empresa e levado pronto para ser instalado no local.
O encontro foi encerrado por Guilherme Odaguiri, superintendente de projetos estratégicos e excelência operacional da Andrade Gutierrez. Foi exemplificado como a empresa tem investido em eficiência, lean construction e transformação digital para manter a competitividade neste segmento dinâmico que demanda alta velocidade de adaptação. Apresentou também o Vetor AG, programa de inovação aberta em busca de fornecedores com soluções inovadoras para obras e áreas corporativas da organização.
Tecnologia melhorando a saúde da população
O último painel do período da manhã foi moderado por Renato de Castro, sócio da Castro Menezes e mostrou os Benefícios da Telemedicina Para a Gestão Pública da Saúde.
Sandra Franco, consultora jurídica especializada em saúde, contextualizou a legislação falando sobre as resoluções de telerradiologia e telepatologia. Falou também sobre a Lei Geral de Proteção de Dados com os níveis de garantia de segurança para que os sistemas possam garantir a integração e confidencialidade dos dados tratados. E explicou os diversos tipos de telemedicina, como assíncrona, síncrona e monitoramento.
João Paulo Acatauassú, CEO da Intramédicos, abordou o desafio brasileiro para diminuir, e até mesmo eliminar, as filas do Sistema Único de Saúde. O longo tempo de espera por um atendimento pode agravar os problemas de saúde. Diante disso, mostrou que um dos caminhos a serem seguidos é a telemedicina, conectando o clínico geral e o paciente com o médico especialista, agilizando assim o atendimento e gerando mais qualidade de vida às pessoas.
Um caso de sucesso foi apresentado por Luis van Veen, diretor de desenvolvimento de novos negócios da Datalogix. Ele contou que desenvolveu uma solução para conectar médicos e pacientes por videochamadas. A plataforma está em uso e já efetuou mais de 10 mil consultas, permitindo o atendimento e o acompanhamento dos pacientes.
Futuro da mobilidade
A tarde do último dia da RM VALE TI 21 começou com o painel Mobilidade do Futuro: Veículos Elétricos, Autônomos e Voadores, que teve Jair Gustavo Torres, professor da área de gestão e negócios do SENAC, na moderação.
Flavia Ciaccia, vice-presidente de experiência do usuário da Eve Air Mobility, mencionou as dificuldades da mobilidade urbana, principalmente em grandes cidades. Falou como a mobilidade autônoma está se expandindo e melhorando os sistemas de transporte, em conjunto com a economia compartilhada.
Já Adalberto Maluf, diretor de marketing e sustentabilidade da BYD Brasil, destacou que as soluções em mobilidade elétrica, como veículos leves para o transporte público, trazem benefícios ambientais para as cidades. Também falou sobre o mercado de híbridos.
Paulo Guimarães, secretário Mobilidade Urbana de São José dos Campos, avaliou a demanda dos transportes públicos em correlação com a oferta das empresas e o ambiente regulatório.
O papel da inteligência na segurança
Com moderação de Rodrigo França, diretor presidente do Instituto I.S, o painel Reconhecimento de Imagem: Aliada da Segurança Pública e da Empresa mostrou a evolução nos últimos anos dos sistemas de videomonitoramento com as aplicações da inteligência artificial.
Em seguida Bruno Gemus, CEO Brazil da Juganu, falou sobre a infraestrutura para o reconhecimento facial e leitura de placa de veículos e sobre o desenvolvimento das luminárias wireless JLED, que não necessita de alterações da infraestrutura, sendo suficiente apenas a troca das lâmpadas.
O diretor de novos negócios da Icities, Tulio Biasoli, apresentou projetos de cidades inteligentes, destacando a análise de imagens de ruas e rodovias, além de locais públicos, que trazem melhoria da qualidade de vida, benefícios à segurança do cidadão e das empresas.
Para finalizar, Peter Ribeiro, diretor de planejamento de segurança da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, destacou o pioneirismo da cidade como Smart City, trazendo avanços significativos para as políticas de segurança pública.
Metodologia para guiar o desenvolvimento
O último painel Como Avaliar Soluções Para Cidades Inteligentes, moderado por Marcelo Nunes, coordenador do APL TIC VALE, demonstrou que os gestores públicos devem se guiar por metodologias para que a inovação possa beneficiar as cidades e as populações.
Vandete Mendonça, analista de produtividade e inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, abordou o programa Cidade Inteligente – metodologia desenvolvida em parceria com o Parque Tecnológico São José dos Campos e SPIn Soluções Públicas Inteligentes para avaliar soluções inovadoras para cidades inteligentes.
O diretor de projetos da SPIn Soluções Públicas Inteligentes, Vitor Antunes, discorreu sobre o processo de criação da metodologia, considerada um ponto estratégico para o desenvolvimento sustentável das cidades do país. Também pontuou a importância da aferição dos resultados de aderência a requisitos regulatórios, disponibilidade, confiabilidade, eficiência, resiliência e segurança cibernética.
Patrícia Ellen, secretária de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia do Estado de São Paulo, apresentou o projeto Cidades Inteligentes do Estado de São Paulo, seus pilares, diagnósticos, as parcerias municipais nas diversas áreas de serviços públicos. Também falou sobre os desafios em tecnologia e gestão, sobre as contrapartidas para implementar um padrão de avaliação que possa nortear a contratação de soluções inteligentes pelo poder público.