Pequenos negócios sofreram grande impacto durante a pandemia de Covid-19 e muitos tiveram de criar e acelerar processos de transformação digital.
Nesse cenário, o Parque Tecnológico São José dos Campos, junto a empresas de tecnologia da informação associadas ao APL TIC VALE, criou uma trilha de transformação digital para ser aplicada de forma objetiva e otimizada em pequenos negócios. O projeto piloto foi feito com lojistas das Galerias do Empreendedor, um programa de empreendedorismo social gerido pelo Parque nas periferias de São José dos Campos (SP). Sabe-se que os micro e pequenos empresários foram os mais impactados pela crise, pois não tinham infraestrutura nem caixa para se adaptar ao mercado online.
A iniciativa é muito relevante: dados do Sebrae mostram que a economia nacional depende dos pequenos negócios, que representam 99% das empresas brasileiras e 54% dos empregos do país.
“A proposta era segurar na mão dos microempresários, inseri-los nos ambientes digitais, desenvolver as primeiras peças e artes e os cadastros de produtos iniciais”, diz Giane Santos, coordenadora das Galerias do Empreendedor.
A trilha considera a inserção do estabelecimento em redes sociais, Google meu negócio, marketplaces e Whatsapp business. Para o piloto, foram selecionados seis estabelecimentos comerciais: duas óticas, uma loja de roupas, uma loja de produtos de limpeza, uma doceria e uma papelaria.
“Usamos metodologias ágeis de gestão, para criar uma forma rápida e com excelente custo-benefício às empresas. Formamos um verdadeiro esquadrão de guerra para inserir as lojas no mundo digital”, explica Michelle Lourenço, CEO da Clicknow, empresa de marketing digital sediada em São José dos Campos.
Para este projeto, também participaram as empresas Datalogix Brasil, SuperClient Solutions, Resultage e Youtan.
Robôs
As empresas criaram também robôs virtuais para cumprir as atividades operacionais, com objetivo de multiplicar o alcance a milhares de empresários. Os robôs auxiliaram o time executando atividades repetitivas como: cadastro de produtos nas redes sociais, criação de relatórios de acompanhamento e apresentações com evidências de tudo o que foi realizado durante o processo. como listagem e cadastro de produtos, além das apresentações e catálogos virtuais.
Dessa forma, o tempo das equipes de atendimento e criativa ficou liberado para elaborar e produzir a melhor estratégia de marketing e venda para os empresários. Além de aumentar a produtividade e valor agregado dos times, o uso de robôs virtuais agregou mais assertividade e segurança na execução dos trabalhos, em especial, quando falamos na guarda de informações sensíveis das empresas sendo atendidas.
Superando a crise
Em três anos como proprietária de uma loja de roupas, Tamires Rocha, 28, nunca viveu uma crise da proporção da que ocorreu durante a pandemia. Teve de manter as portas da loja fechadas, viu fornecedores pararem as entregas e teve investir mais nas vendas online. No auge da pandemia, fez “bico” em uma casa lotérica para fechar as contas.
Participar da trilha foi fundamental. “Depois do projeto, tive aumento de 40% do fluxo de clientes pelos canais digitais”, conta. “Antes eu até fazia postagens nas redes sociais, mas sem estratégia. Não tenho formação universitária e tudo o que aprendia era solto, na internet”, acrescenta.
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