A segunda fase do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Aeronáutica (PDCA) foi lançada na sexta-feira (1º/7) em evento no Parque Tecnológico São José dos Campos, em São Paulo, com ações de médio prazo e foco central na inovação. O PDCA é fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Parque Tecnológico São José dos Campos e a Embraer. Ao aceitar o desafio da modernização tecnológica dos seus meios de produção, a cadeia produtiva do setor investiu cerca de R$ 165 milhões em máquinas e infraestrutura, nos últimos três anos.
A proposta da segunda fase do programa é implementar melhorias técnicas e tecnológicas significativas, estimular ainda mais a participação de empresas de base tecnológica como fornecedoras de peças, componentes, sistemas e serviços aeronáuticos, além de prepará-las para uma internacionalização ou exportação de seus produtos.
Iniciado em 2014, o PDCA conseguiu aumentar a produtividade das empresas, reduzir custos e desperdícios, diminuir riscos empresariais e elevar o grau de exportação dos produtos, além de disseminar tecnologias para outros setores industriais. As novas tecnologias incorporadas a partir do programa permitiram aplicação em modelos como o jato militar de transporte tático KC-390 e a nova família de jatos comerciais E-Jets E2. Algumas empresas já começaram a exportar.
Resultados
Em 2010, o setor produzia cerca de 32 mil tipos de peças diferentes, já em 2015, a quantidade passou para cerca de 66 mil tipos de peças, num total de mais de 3,8 milhões de peças por ano (ante 2,5 milhões em 2010). Em valores recebidos, o aumento no período foi de 67% – e mais de 1.200 novos empregos foram gerados.
Durante a primeira fase destacam-se as melhorias como redução do tempo de entrega de produtos, diminuição dos desperdícios de matérias primas e na quantidade de peças com defeito, melhoria na utilização da capacidade instalada de máquinas e do ciclo operacional, capacidade de implementar controles de custos, de atendimento ao cliente e de vendas.
Todos esses fatores impactaram na produtividade e na maturidade das empresas, refletindo diretamente no aumento da competitividade, avalia a diretora de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da ABDI, Maria Luisa Campos Machado Leal. Para os fornecedores, além dos atrativos de melhores resultados na gestão, completa a diretora, a melhoria de qualidade e produtividade permitiu não apenas ampliar o fornecimento de peças para a empresa líder, Embraer, mas também fornecerem para outras indústrias.
O diretor de negócios do Parque Tecnológico, Marcelo Álvares Safadi, acredita que o PDCA é um importante passo para a evolução da cadeia aeronáutica brasileira. Quando uma empresa é capacitada, seja para melhorar seus processos e produtos, seja para criar novos modelos de gestão, ela fortalece toda a cadeia produtiva. Isso amplia a competitividade e abre novas possibilidades de inserção no mercado nacional e internacional”, disse.
O gerente da gestão da cadeia nacional de fornecedores da Embraer, Raul Eloy, destaca a melhora dos processos e aumento da competitividade dos fornecedores. A Embraer está podendo comprar mais da cadeia nacional somente para uma aeronave da família de jatos E2, o volume de compras da cadeia subiu para 9,5 mil itens, ante 6,9 mil na atual geração, relata. Com a cadeia mais forte, mais inovadora, todos saem ganhando.