Empresa instalada no PqTec SJC, com foco no mercado aeronáutico, de defesa e segurança, é destaque em publicação editada pela Agência Espacial Brasileira (AEB)
Não-tripulados – mais uma alternativa
Empresa Flight Technologies já entregou três aeronaves ao Exército brasileiro
Por Leandro Duarte e Raíssa Lopes
O Brasil é um país de dimensões continentais. São 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território, 16.886 quilômetros de fronteiras e mais de oito mil quilômetros de costa marítima, além da maior floresta do mundo, a Amazônica. Por isso, é importante que o país tenha meios de proteger suas cidades, florestas e fronteiras. Acompanhando a tendência global de crescente utilização de sistemas robóticos para aplicações de Defesa e Segurança, o Exército Brasileiro, em 2008, firmou um acordo com as empresas do grupo Flight Technologies para o desenvolvimento de um sistema de veículo aéreo não-tripulado (Vant), denominado VT15.
Os sistemas de veículos aéreos não-tripulados permitem, com maior precisão, a vigilância de desastres naturais e do meio ambiente, operações policiais contra-terrorismo em áreas urbanas e vigilância perimetral. Para o engenheiro e gerente comercial da Flight Technologies, Noli José Kozenieski, o emprego de sistemas aéreos não-tripulados combina agilidade em operações com baixo custo operacional, podendo ser utilizados em diversas áreas tais como defesa, segurança pública e vigilância. “Pode ser um sistema para utilização, por exemplo, das forças policiais em eventos como Olimpíadas, a fim de garantir a segurança pública”, diz Kozenieski.
Há dois tipos distintos de sistemas. O primeiro é o sistema de curto alcance, baseado na FS-02 AvantVision. Um minivant com aproximadamente 5,5 kg e lançado à mão. Ele tem motor elétrico de baixo ruído, tem envergadura pequena o que dificulta a sua detecção. Este sistema é de fácil operação e de montagem e desmontagem praticamente instantâneas. Tem a capacidade de disseminar informação de áudio, vídeo e posicionamento, em tempo real, por meio de suas unidades de recepção individual.
O segundo é o sistema de médio alcance baseado na FS-01 Watchdog que representa uma família de aeronaves entre 70 e 250 kg, com capacidade de 20 a 70 kg de carga útil. Normalmente operado a partir do posto de comando e controle, possibilita a disseminação de informações em tempo real. É operado em pistas, com opção para lançamento catapultado e com recolhimento vertical. As aeronaves utilizam tanto motores à combustão quanto motores elétricos.
Atualmente, no Brasil, há dois sistemas baseados nos veículos aéreos do grupo Flight Technologies voando sem tripulação. Em testes com o Exército Brasileiro, os aviões demonstraram eficiência. O sistema comprado pelo Exército Brasileiro já realizou diversos voos totalmente autônomos baseados em missão pré-planejada com o sistema operado pelo próprio Exército. A empresa já entregou ao Exército Brasileiro três aeronaves não tripuladas e até 2012 planeja a venda dos sistemas também para áreas de segurança pública e gestão florestal, entre outras. A visão da empresa é ser uma liderança latino-americana com projeção global em soluções de inteligência, vigilância, monitoramento, navegação, comando e controle.
Flight Technologies, fundada em 2005, é uma empresa de capital totalmente brasileiro com especialidade no mercado aeronáutico de defesa e segurança. Ela conta com 28 funcionários, em sua maioria engenheiros. Este acordo foi o primeiro empreendimento alavancado pela Incubadora de Negócios do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, órgão da Força Aérea Brasileira de relevância internacional e de importante contribuição para a Indústria Aeroespacial e de Defesa do Brasil.
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