Transformação digital, robôs e inovação tecnológica na agropecuária estiveram entre os temas debatidos nos painéis
Mais de 400 reuniões foram realizadas nesta quarta na Rodada de Negócios
A Innovation Week 2023 apresentou muito conteúdo sobre as trilhas de conhecimento de Smart Cities, Indústria 4.0, Inovação, Empreendedorismo e Agrotech em seu segundo dia atividades no Parque de Inovação Tecnológica, o PIT.
Pela manhã, o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes falou sobre governança na gestão pública, abrindo a programação do auditório LIAX.
Ele elencou alguns pilares para a adoção da governança e desenvolvimento. “Responsabilidade fiscal; pesquisa e inovação; inclusão social e regional; educação; infraestrutura; racionalização do gasto público. Estamos em um momento ideal para essa racionalização e o fortalecimento da democracia”, disse.
O ministro citou iniciativas do TCU como o Climate Scanner – ferramenta para monitorar o combate às mudanças climáticas em todo o planeta, lançada no Congresso da Organização Internacional de Instituições Superiores de Controle e que pode impactar 196 países – e a Rede Governança Brasil – associação composta por servidores públicos, gestores públicos e privados, técnicos, professores e profissionais voluntários de diversas áreas, que, de forma conjunta, trabalham em prol da governança.
“A nação tem que respirar governança, afinal, ela envolve 40% de impostos pagos por cada cidadão. É um projeto para o Brasil e vejo que temos uma convergência com os objetivos do PIT”, afirmou Nardes.
Transformação digital
No auditório SENAC, o painel “A Revolução Digital: Transformando Negócios e Vidas” contou com a participação de Roberto Pedreira, analista da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), e Danilo Pitarello, superintendente de desenvolvimento tecnológico e inovação da CODEMAR (Companhia de Desenvolvimento de Maricá).
Pedreira apresentou estudos da ABDI mostrando aspectos como o crescimento da maturidade digital das empresas no pós-pandemia e desafios a serem superados para uma mudança de mentalidade empresarial. “É necessário pensar na utilização de dados como vantagem competitiva. Logo após a inserção de tecnologia, vem uma nova mentalidade. Hoje, 35,5% das empresas apontam a falta de recursos financeiros como um obstáculo para investir na transformação digital”, revelou.
Na sequência, Pitarello fez um panorama da transformação digital ocorrida em Maricá (RJ), que envolveu iniciativas como a criação de um banco comunitário, uma moeda social e ações focadas na responsabilidade ambiental.
Robôs e automação
O crescimento da utilização da robótica na automação foi destaque no painel “Robôs na retomada pós-pandemia: automação e segurança em diversos setores”. Donizete Campos, Application Manager na Autaza, mostrou como os robôs ganham espaço em ramos como a saúde (com robôs cirurgiões, máquinas capazes de fazer a coleta do exame de sangue e para automação de processos laboratoriais), logística e reciclagem, além das possibilidades de atuação em cooperação entre o ser humano e as máquinas.
“É uma curva exponencial de crescimento, a robótica é um mundo de oportunidades. Ainda temos dificuldades de encontrar empresas parceiras. Mas é preciso avaliar em que cenários ela é benéfica, eliminando a subjetividade humana, aumentando a produtividade e reduzindo riscos”, disse.
Donizete e Fernanda Arimateia (engenheira gerente de contas estratégicas na B&R Industrial Automation), a outra palestrante do painel, também destacaram os cuidados com a sustentabilidade nesse processo de automação.
Fernanda também chamou atenção para como o agrotech ainda pode avançar. “No agro, a automatização ocorre lentamente. Há apoio de programas governamentais, mas precisamos de mais soluções vindas dos fornecedores de tecnologia, dos projetistas, além de um maior conhecimento por parte dos empresários do setor”, opinou.
5G e inovação tecnológica na agropecuária
Durante a tarde, enquanto o avanço do 5G e como a tecnologia transforma a tomada de decisões em diversos setores era debatido no auditório SENAC, a inovação tecnológica na agropecuária foi o foco em painel com a diretora do Tecno Parq Viçosa, Adriana Faria, e Marcos Ferraz, diretor comercial da Smart Agri.
Adriana contou sobre a experiência do parque, ligado à Universidade Federal de Viçosa (MG), e o programa de aceleração desenvolvido, além das perspectivas de inovação do setor. “No Brasil, temos um agro que caminha para a sustentabilidade, por causa da tecnologia. As oportunidades de novos negócios são inimagináveis, mas precisamos que a inovação de produtos, processos ou serviços efetivamente chegue ao mercado, trazendo retorno financeiro. A tecnologia não é um fim, mas um meio para resolver problemas que às vezes são muito antigos”.
Marcos Ferraz mostrou uma linha do tempo da agricultura de precisão e ressaltou o que a tecnologia permite ao setor. “Com ela, temos três pilares: você obtém informações, melhores recomendações e aplicações precisas”, afirmou, enumerando algumas questões que precisam ser superadas para o efetivo aproveitamento da tecnologia.
“Para mim, o entendimento sobre essas novas soluções é o maior gargalo. Os empresários do setor também dão como desculpas a conectividade, o custo inicial de aquisição e a mão de obra, tanto para comercialização quanto para utilização. Isso tudo passa pelo entendimento”, concluiu.
Rodada de Negócios
Após um primeiro dia de mais de 250 reuniões na Rodada de Negócios com prefeituras âncoras e empresas ofertantes, a Innovation Week teve a segunda rodada, desta vez com 43 empresas âncoras como AEB, Ambev, Ball, Basf, Bayer, Cebrace, Claro, Detran-SP, EDP, Embraer, Embrapa, Gerdau, Metrô-SP, Nestlé, Petrobras, Sicoob, Sindipeças, Consulado Geral da Hungria e Escritório de Québec (Canadá).
Nesta quarta, foram mais 400 reuniões e 50 ofertantes, que puderam apresentar seus produtos e serviços. Wan Ming Chung, diretor comercial da WCA Inteligência Comercial, participou pela primeira vez de um evento nesse formato, com reuniões nos dois dias da Innovation Week, e disse que aproveitou para apresentar as soluções.
“Ontem, conversamos com prefeituras, e duas delas demonstraram interesse. Agora, estamos falando com empresas âncoras que têm o perfil do nosso público. É uma chance de mostrar nosso método matemático para gestão de eficiência, além de conhecer melhor as demandas do mercado”, afirmou.
Para Alvaro Spinola, supervisor de negócios da Embrapa Meio Ambiente, uma das âncoras da rodada, a participação no evento é interessante pela diversidade de perfil de empresas. “Somente um evento como a Innovation Week, focado em inovação, oferece a oportunidade de conhecer empresas de tecnologia, ESG, drones. Nosso foco são novos projetos para parceria de inovação aberta público privada para desenvolvimento de tecnologias. Se a cada dez projetos, um der certo, já valeu a pena”, destacou.
O que vem por aí
Na quinta (28), último dia da Innovation Week, os seminários trarão temas como Inteligência Artificial na educação, empreendedorismo social, startups ESG, IoT e IA para otimização de processos, cidades inteligentes, novos modelos de trabalho, automação no varejo e metaverso na educação, entre outros.
Confira a programação completa em https://pqtecinnovationweek.com.br/
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