Dez empresas associadas ao Cluster Aeroespacial Brasileiro participaram da edição de 2018 da Farnborough Air Show, segunda maior feira do setor aeroespacial do mundo.
Akaer, AGS Cargo, Alestis, Aernnova, Ambra, Avionics, Ael Sistemas, Latecoere, Sonaca e Vectra compartilharam um estande de 140 metros quadrados, montado como um lounge e preparado para receber clientes. O estande foi subsidiado pelo Parque por meio do projeto setorial “Aerospace Brazil”, da Apex-Brasil. O investimento por empresa foi equivalente a cerca de R$ 30 mil– preço médio pago por um expositor individual.
“A participação das empresas brasileiras por meio do Brazilian Aerospace Cluster reforça a competência da cadeia produtiva em ofertar produtos e serviços em nível global e também o compromisso do governo brasileiro em apoiar o crescimento de parcerias e negócios internacionais, a partir da Apex-Brasil”, diz Marcelo Nunes, coordenador do Cluster Aeroespacial. “Esta missão trouxe oportunidades bilaterais importantes no cenário de negócios que está sendo discutido entre a Embraer e a Boeing”, acrescenta Nunes.
O evento ocorreu de 16 a 22 de julho em Farnborough, no Reino Unido. É considerado um dos mais importantes do mundo do setor e reuniu exibições de aeronaves, reuniões de negócios, workshops e conferências. O volume de negócios passou a marca de US$ 192 bilhões, um aumento de 50% em comparação ao valor negociado na edição de 2016. As encomendas de aeronaves são destaque desse evento e a Embraer foi a terceira empresa que mais fechou negócios, atrás somente da Boeing e da Airbus: a brasileira recebeu 300 pedidos de aeronaves comerciais, que podem valer até US$ 15 bilhões.
O diretor executivo do evento, Gareth Rogers, disse que o montante dos negócios anunciados nessa semana demonstra o otimismo da indústria aeroespacial e a importância da feira como um medidor da economia.
É com otimismo também que os representantes brasileiros avaliam a feira. “A organização do Cluster foi essencial e perfeita, o convênio com a Apex tem funcionado muito bem. Os contatos têm sido mais assertivos, percebemos que a qualidade dos contatos está se aprimorando, o que gera novas oportunidades para as empresas”, afirma Rodrigo Garbelotto Ramos, executivo de desenvolvimento de negócios da Sonaca.
Relacionamento
Além do contato direto com os clientes em potencial, as empresas do Cluster também participaram de eventos paralelos, a fim de estreitar o relacionamento com outras empresas e entidades do setor.
Os representantes participaram de um seminário sobre aquisição de defesa, promovido pela Embaixada Brasileira no Reino Unido. A proposta foi discutir o sistema de aquisição de aeronaves e equipamentos de defesa no Brasil. Rodrigo Mendes, coordenador do programa de internacionalização do Parque Tecnológico, participou do painel sobre a indústria brasileira aeroespacial e de defesa, ao lado de um vice-presidente da Embraer Defesa e Segurança e de um professor da Kings College.
O cluster brasileiro também esteve presente no Segundo Encontro Global de Clusters Aeroespaciais, organizado pelo European Aerospace Cluster Partnership (EACP). Os temas discutidos por representantes de 33 clusters de todo o mundo foram cooperação internacional e apoio às empresas e incentivo à inovação. Um dos grupos de discussão foi moderado por Thalita Cancas, relações internacionais do PqTec.
Neste evento, representantes da Boeing conduziram uma palestra sobre o futuro da cadeia de suprimentos. Durante a apresentação, explicaram aos clusters o que a gigante do setor espera de seus fornecedores no futuro.
“A feira e os eventos paralelos foram uma excelente oportunidade para mostrar produtos e serviços e buscar fornecedores, além de criar e reforçar redes de relacionamento”, avalia Rodrigo Mendes, coordenador do programa de internacionalização do Parque Tecnológico.