Começou nesta terça-feira, 20 de outubro, a 7ª RM Vale TI – Feira e Congresso de Tecnologia e Inovação. O evento já é referência no Estado de São Paulo para apresentar as principais tecnologias e soluções para quatro áreas: smart cities, agronegócio, varejo e indústria. Neste ano, o Fórum da Indústria Espacial Brasileira também é parte da programação e traz aplicações espaciais como tema central. O evento é totalmente online e, ao longo do primeiro dia, a plataforma teve mais de 2.500 acessos.
A cerimônia de abertura contou com declarações de Patrícia Ellen, Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo; Vinícius Lummertz, Secretário de Turismo do Estado de São Paulo; Tirso Meirelles, presidente do Sebrae SP; do diretor-geral do Parque Tecnológico, Marco Antonio Raupp, e do diretor de novos negócios do Parque, Elso Albert Jr.
“O Vale do Paraíba é uma das regiões mais inovadoras que temos no Brasil e este evento é muito importante porque ele faz uma aproximação entre o setor público e o setor privado. Esse modelo de parceria é fundamental para que nós possamos dar o próximo passo em inovação e tecnologia aplicada, melhorar os serviços públicos e aumentar a competitividade das empresas”, disse Patrícia Ellen.
Para Marcelo Nunes, coordenador do APL TIC VALE e da RM VALE TI, um grande diferencial do evento é a plataforma exclusiva, que permite aos participantes fazerem contato com os profissionais com quem têm sinergia ou com quem possam estabelecer negócios. “ A solução foi criada a partir da inteligência que nós desenvolvemos ao longo dos anos, por meio da experiência adquirida em todas as edições da RM VALE TI, pensada para que o usuário possa fazer parcerias e negócios”, afirmou.
Smart cities
Como ocorre tradicionalmente, o primeiro dia da RM VALE TI é focado no tema smart cities e, claro, a Covid-19 foi mencionada no planejamento das cidades do futuro. Os participantes abordaram como a transformação digital foi acelerada pelos reflexos da pandemia e a necessidade de encarar a cidade como uma “fábrica”, que ofereça serviços para a população de maneira contínua.
O painel O papel das tecnologias inteligentes na vida do cidadão e das cidades em época de COVID-19 foi moderado por Marcelo Nunes e contou com a participação de André Lino, head of building products for Brazil da Siemens; de Christian Victorino, diretor de novos negócios da TecTerra Geotecnologias, e de Pedro Seno, secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Prefeitura Municipal de Santo André.
Pedro Seno compartilhou as experiências e iniciativas no combate à pandemia. Abordou tecnologias para a adoção do teletrabalho/home-office, como controle de ponto por aplicativo com reconhecimento facial e redirecionamento de ramais remotos para celulares.
Christian Victorino destacou que a Covid-19 acelerou o desenvolvimento de várias soluções e tecnologias. O uso de geotecnologias, como o sensoriamento remoto, com tratamento de dados e processos automatizados, ajuda a gestor público a gerir situações de crise, como uma pandemia.
É a mesma visão de André Lino, que mostrou que as grandes tendências tecnológicas foram aceleradas durante a pandemia e que o “novo normal” será muito mais digital. Nesse sentido, o planejamento das cidades também faz uso intenso de inteligência artificial e de soluções como o BIM (Building Information Modeling) e gêmeos digitais para o desenvolvimento de prédios inteligentes. São ferramentas usadas para prever os recursos de construção e de funcionamento dessas edificações e também mapear a construção.
Mobilidade
O painel Mobilidade, o desafio do gestor público na aplicação e uso de tecnologias foi moderado pro Carlos Frees, CEO da Smart Frees, com a participação de Carlos Passos, assessor técnico de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas; Paulo Guimarães, secretário de Mobilidade Urbana da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, e Roberto Neto, professor e coordenador técnico do Smart Campus da Facens.
A conversa girou em torno dos desafios da mobilidade nos centros urbanos e nas formas para aplicar a automação para melhorar a qualidade de vida dos moradores.
Roberto Neto falou sobre a importância dos veículos elétricos, mostrou a infraestrutura de pontos de recargas no país e citou exemplos nacionais em que a gestão pública tem utilizado a energia elétrica.
Carlos Passos comentou os principais tópicos relacionados ao deslocamento de pessoas, o tempo gasto no trânsito – a maior dor da população no que diz respeito à mobilidade – e ainda apresentou o conceito do desenvolvimento orientado ao transporte sustentável, que é uma estratégia de planejamento que tem como objetivo tornar as cidades mais compactas, conectadas e coordenadas.
Paulo Guimarães contou sobre a nova frota de transporte público de São José dos Campos, que considerou a opinião da população e conta com sistemas inteligentes de tecnologia.
Gerar valor
Já o painel Serviços públicos, como gerar valor ao cidadão conectado e protagonista foi moderado por Carlos Passos, assessor técnico de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas
Júlio Ribeiro, CEO da Hubse Tecnologia, comentou que as tecnologias implementadas devem ter como objetivo melhorar a vida das pessoas, tornando os serviços públicos acessíveis e buscando o conceito de cidades saudáveis. Já Julio Urdangarin, diretor-presidente da Empresa Municipal de Informática (IplanRio), mostrou as ações de transformação digital realizadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro durante a pandemia da COVID-19 e apresentou a Identidade Carioca, uma plataforma que oferece serviços online para que a população possa continuar utilizando os serviços municipais mesmo de maneira remota.
O dia se encerrou com o tema Conectividade: a base das tecnologias autônomas e das cidades inteligentes, com a moderação de Guilherme Dominguez, fundador da Dominguez Advogados.
Ricardo Bovo, consultor técnico do Smart Campus da Facens, apresentou o Smart Campus da Facens, que é um laboratório vivo para aplicar tecnologias de cidades inteligentes e suas atividades para contribuir com a formação de profissionais preparados para trabalhar em um mundo maus sustentável e mais humano.
Vinicius Bortoloni, gerente de contas da Check Point, reforçou a importância da segurança para estes tipos de dispositivos, desde uma câmera de segurança ou até mesmo um semáforo. Apresentou uma pesquisa da Forrester – empresa norte-americana de pesquisa de mercado – que mostrou que 67% das organizações já tiveram algum incidente relacionado ao IoT.
Erik Santos, gerente de vendas para América Latina da Telit, mostrou as diversas aplicações de IoT, bem como os tipos de conexão e suas especificações de frequência. Como exemplo, trouxe o medidor inteligente de água para ajudar a medir com mais eficiência o uso, bem como encontrar padrões para que possam atender adequadamente a demanda.