Hoje no laboratório, amanhã em sua sala de estar. As incríveis tecnologias desenvolvidas em empresas, polos tecnológicos e universidades, que muitas vezes dão ares futuristas aos negócios, se tornarão corriqueiras daqui a algumas décadas.
Basta lembrar que a frigideira, a calça e o pacote de bolachas devem muito à pesquisa espacial.
Foram as tecnologias desenvolvidas para a conquista do espaço que permitiram a criação do teflon, do velcro e do código de barras.
Na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, especialmente em São José dos Campos, várias dessas novas tecnologias já estão em desenvolvimento.
Elas são usadas hoje para monitorar frotas de veículos, descobrir áreas de risco, vigiar multidões, tratar efluentes industriais, reduzir o desperdício na construção civil e construir aviões.
Mas serão capazes de levar inteligência e conforto ao transporte coletivo, por exemplo, permitindo que o usuário receba, no celular, informações de quais ônibus estão chegando ao ponto em que ele estiver.
Serviço. Para Margareth Lopes Leal, assessora técnica da Coordenadoria de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, as tecnologias serão incorporadas à vida das pessoas naturalmente. Do contrário, não há sentido em investir nelas.A tecnologia vai interferir cada vez mais na vida das pessoas, principalmente na superação dos problemas de metrópoles urbanas, diz.
Na região, Margareth destaca a aplicação dessa ênfase no Parque Tecnológico de São José dos Campos, considerado referência para todo o Estado, que tem 14 parques instalados e outros 14 em implantação.
O parque de São José é a nossa menina dos olhos. Muito bem estruturado, com visão de futuro e na qualidade de vida das pessoas. Essa é a boa tecnologia.
Produtos já estão disponíveis
Qualquer veículo, carga ou pessoa pode ser localizado em qualquer lugar, em tempo real, pelo sistema desenvolvido pela Panorama Monitoramentos de Frotas, de São José.
Aplicada principalmente a caminhões de grandes companhias, além de ações de logística, os sistemas da Panorama podem ser incorporados ao transporte público.
É o que chamamos de mobilidade da informação. Num ponto de ônibus, um usuário recebe pelo celular quais linhas e horários passarão por ali. Essa tecnologia nós já temos disponível, diz o empresário Décio Segreto Junior.
Apostando na inovação, Marcelo Aoki, diretor executivo da Arevale, de São José, trabalha no desenvolvimento de pavimento intertravado para diminuir o desperdício na construção civil.
As peças de concreto são encaixadas e formam o piso, podendo ser removidas a qualquer tempo para manutenção ou instalação de redes subterrâneas. A flexibilidade de uso é grande. Com essa tecnologia, a cidade do futuro será ambientalmente correta.
O que parecia ficção científica há alguns anos, como feixes de laser ao redor de naves, já pode ser encontrado na segurança de condomínios.
É o que faz o diretor Eduardo Ramalho na E-Max Telecom, de São José, que desenvolve sistemas de segurança para condomínios residenciais, além de soluções para comunicações.
Através de sensores que criam uma rede invisível, os residenciais ganham em vigilância eletrônica.
As inovações estão chegando cada vez mais para as pessoas em casa. O que é novo hoje, amanhã será rotineiro, afirma Ramalho.
Voar. Do aeromodelismo o engenheiro Gustavo Penedo tirou a ideia para construir mini helicópteros que carregam câmeras e podem ser usados para vigiar multidões.
Ele fundou a empresa Gyrofly para desenvolver o aparelho em São José, no Parque Tecnológico. Os helicópteros pesam cerca de 3,5 quilos e podem levar 1 quilo de carga.
Eles têm autonomia de 35 minutos com bateria e são controlados por rádio. Podem ter vários usos operacionais.
Ambiente. Na Polo Saneamento Ambiental, de São José, a tecnologia está a serviço do meio ambiente.
Segundo o diretor Moacyr de Azevedo Silva Filho, eles desenvolvem técnicas para tratar efluentes líquidos industriais e se preparam para lidar com resíduos de lixo, conhecido como chorume.
Operando dois robôs, diz o gerente Luis Faria, a Sobraer antecipa a tecnologia que poderá estar na casa de cada um no futuro.