Ministro da Ciência e Tecnologia visitou as instalações do Parque Tecnológico – São José dos Campos após acompanhar apresentação de Marco Antonio Raupp, diretor-geral do PqTec SJC
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, visitou o Parque Tecnológico – São José dos Campos (PqTec SJC) na segunda-feira, 10 de janeiro, sendo recepcionado pelo prefeito da cidade, Eduardo Cury, e por outras autoridades locais. Após assistir a uma apresentação de Marco Antonio Raupp, diretor-geral do PqTec SJC, ele conheceu as instalações da Vale Soluções em Energia (VSE), empresa-âncora do Centro de Desenvolvimento de Tecnologias em Energia (CDTE), e a Flight Technologies, empresa dos setores aeronáutico, de defesa e segurança.
Mercadante definiu o PqTec SJC como “um ambiente de acolhimento de iniciativas voltadas à inovação e ao empreendedorismo, capaz de articular, alavancar e acelerar os esforços para a geração de conhecimentos que visam o desenvolvimento industrial”.
“Com o credenciamento definitivo no sistema paulista, o parque poderá ser visto como um padrão de excelência para a criação de um marco nacional com novas regras e políticas de incentivo fiscal voltadas às entidades de pesquisa e empresas que integram esse mesmo ambiente”, disse.
Ao afirmar que “o grande desafio do Brasil nos próximos anos será aumentar os investimentos em inovação e incentivar uma maior articulação entre ciência e tecnologia com o chão de fábrica e com a produção industrial concreta”, o ministro lembrou que a produção científica nacional está crescendo cinco vezes mais que a média mundial.
“Já somos o 13º país em termos de produção de conhecimento acadêmico, apenas cinco países estão acompanhando o ritmo do nosso crescimento. Atualmente, incluindo as principais áreas do conhecimento, o Brasil é responsável por 2,6% da produção científica mundial. A qualidade do que produzimos em nossas universidades chega a ficar acima de China, Índia e Rússia”, apontou.
Nos últimos anos o Brasil conseguiu, na visão de Mercadante, dar um “salto extraordinário” em seu sistema de Pós-graduação e, seguindo essa tendência, outro desafio do governo será otimizar o sistema de análise de patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). “Temos 175 mil pedidos de patentes em andamento e teremos outros 30 mil esse ano. A demanda está crescendo e a capacidade de processamento dos pedidos ainda é muito lenta, por isso os dados de patentes devem melhorar significativamente em todo o País”, garantiu.
Em sua apresentação, Marco Antonio Raupp, diretor-geral do PqTec SJC, fez um retrospecto histórico do PqTec SJC, iniciando quando a prefeitura de São José dos Campos adquiriu, em 2006, um terreno que hoje abriga o prédio do núcleo do parque e que, com a lei municipal de zoneamento, se expandiu para 12.500.000 m². Ele citou o Sistema Paulista de Parque Tecnológicos, criado meses depois com a assinatura de decreto pelo Governo do Estado de São Paulo, e também comemorou o credenciamento definitivo do PqTec SJC em dezembro passado.
“Ao recebermos a certificação definitiva, estamos concluindo a fase de estruturação do parque. Oficialmente, agora temos todos os ingredientes necessários para estabelecer novas parcerias, gerar novos ambientes cooperativos e, consequentemente, atrair mais empresas e institutos de ensino e pesquisa ao parque”, disse.
“Como o próprio ministro nos lembrou muito bem, ciência e tecnologia no Brasil devem integrar uma política de Estado e a configuração atual do parque tecnológico expressa exatamente essa necessidade. E nesse ambiente que almeja transferir conhecimento para as empresas, atrair capital privado para a C&T é fundamental”, complementou.
Após ter falado sobre a vocação do PqTec SJC como um “ambiente de parcerias” e ter reconhecido a importância de parceiros como o Instituto Educacional BM&F Bovespa e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Raupp falou sobre os quatro Centros de Desenvolvimento de Tecnologias (CDTs) nas áreas de Energia, Aeronáutica, Saúde e Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.
“Temos no parque um importante ambiente de parcerias entre instituições geradoras de conhecimento e entidades com alta capacidade de transformá-lo em bens econômicos. E hoje temos a satisfação de reconhecer que o setor privado está se tornando majoritário em matéria de investimentos no parque, promovendo o desenvolvimento econômico via tecnologia e inovação”, afirmou.
Raupp disse ainda que a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que possui um campus em São José, é “uma das maiores concentrações de qualidade que existe no país em matéria universitária”, além de, em seguida, ter mencionado a unidade da Faculdade de Tecnologia (Fatec) no parque e ter apresentado o projeto da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), que deverá oferecer conteúdos gerados pelas universidades federais.
“Desde a criação do projeto do Parque Tecnológico verificamos uma necessidade por mais vagas no ensino superior público. E hoje, somando todas as iniciativas relacionadas à implantação do parque, estamos passando de 200 vagas de graduação para 1.650 vagas gratuitas à população universitária de São José dos Campos, num crescimento de 725%”, apontou.
Também estiveram presentes na visita do ministro Aloizio Mercadante ao PqTec SJC autoridades como Gilberto Câmara e Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), James Pessoa, presidente da Vale Soluções em Energia (VSE), Horácio Forjaz, vice-presidente da Embraer, Mário Sarraf, vice-presidente regional da Abimaq, José Raimundo Coelho, diretor do PqTec SJC, Walter Albertoni, reitor da Unifesp, e Nei Brasil, presidente da Flight Technologies.