IoT e IA na indústria e na educação, novas tecnologias para o varejo e inovação estiveram entre os debates do dia
Mais de 7.000 participantes prestigiaram os três dias de Innovation Week
A Innovation Week 2023 promoveu debates sobre investimento em startups, tecnologia e metaverso na educação, empreendedorismo social, ESG, IoT e IA para otimização de processos e cidades inteligentes nesta quinta-feira (28), último dia do evento. Os painéis também abordaram outros temas, como novos modelos de trabalho, automação no varejo, análise de dados e personalização.
O painel “Automação Revolucionando o Varejo: Eficiência e Personalização”, mediado pelo consultor do Sebrae-SP Rafael Souza, abordou as questões ligadas à adoção de tecnologias nas empresas.
“Em um ambiente cada vez mais competitivo, não dá para fugir da inovação. Temos que entendê-la como um facilitador. O impacto da automação no varejo envolve otimização de processos, melhor experiência do cliente e gestão do estoque. No nosso caso, utilizamos muito para análise de dados, omnicanalidade e automação de e-mails”, comentou Leticia Paiola, gerente de marketing da Bananinha Paraibuna, que elencou o custo inicial, a capacitação de equipe e resistência à mudança como desafios para implementação do processo em qualquer empresa.
Eiji Yamamoto, diretor de venda de valor da Coupa Software, fez uma apresentação voltada ao value selling – uma metodologia de vendas que enfatiza o impacto positivo que um produto ou serviço pode ter em potenciais clientes. “Os clientes estão no centro dessa estratégia, que foca na personalização (entender o público a partir de dados), unique value proposition (destacar o que importa para o cliente) e diferenciação (tornar o produto ou serviço premium)”, comentou.
IA na Educação
Caio Gaeta e Patricia Sant’Ana, do setor de tecnologias aplicadas à educação do SENAC, comandaram o painel “Inteligência Artificial e novas tecnologias aplicadas à educação: desafios e perspectivas”.
A dupla mostrou o contexto do desenvolvimento tecnológico e expansão do acesso às inovações, questionando como a comunidade escolar pode explorar as possibilidades desses recursos.
“A IA trouxe avanços impressionantes para pensar novas dinâmicas de aprendizado. Na educação, precisamos de ferramentas que utilizem fontes precisas, e que instiguem o aluno a pensar. Os principais pontos de atenção são a segurança da informação, as políticas de uso e os limites da ferramenta”, disse Patricia.
Para Gaeta, a utilização de tecnologia adaptada ao contexto é fundamental. “Assim, a nossa realidade consegue apropriar o conhecimento de maneira proveitosa, sempre com o cuidado de ter boas referências, pois nunca sabemos exatamente quais os cálculos utilizados pela IA, e se essa base não for boa, pode gerar danos”, alertou o especialista, que propôs enxergar a tecnologia como um meio para desenvolvimento pessoal e de novas soluções para o comércio e serviços.
No painel “Metaverso na Educação”, Heitor Botan, coordenador de projetos educacionais do SENAC, mostrou iniciativas da instituição, como a capacitação de colaboradores em cursos como “Empreendedorismo no Metaverso”, “Mediações de Leituras no Metaverso” e “Formação Minecraft”, que já tiveram a participação de mais de 1.000 funcionários, além de cursos para o público nas áreas de design de interiores, varejo, marketing e educação, sempre tendo o metaverso como foco.
A docente do SENAC Lu Belinato contou um pouco da sua experiência em sala de aula com óculos de realidade virtual e ferramentas que permitem aulas de reconhecimento e investigação de sistemas construtivos; espaço e modelagem 3D para design de objetos, produtos e projetos, planejamento urbano e acessibilidade, entre outros.
“O metaverso já proporciona experiências significativas e amplia bastante as possibilidades de aprendizado, apesar de algumas restrições que ainda temos, como o acesso aos óculos de RV. O importante é ver como podemos trabalhar com isso, e por que não experimentar isso junto com os alunos?”, perguntou Lu.
Inovação na Nestlé
A inovação e a transformação digital nas operações da Nestlé foram tema de painel que contou com a participação de Pedro Silva, gerente de transformação digital da empresa, que revelou detalhes da atuação do Centro de Inovação e Tecnologia da Nestlé e das plataformas de inovação Panela Nestlé e The Accelerator.
“A transformação digital na Nestlé busca resolver desafios operacionais em fábricas, usando metodologias ágeis e tecnologias emergentes”, explicou. Segundo ele, o Centro de Inovação tem 60 iniciativas em andamento (40 projetos e 20 pesquisas), além de 800 conexões com startups, universidades e empresas em dois anos de existência.
IoT e IA na indústria
O cenário industrial com a utilização de tecnologias como IoT e IA, e como elas transformam o setor com máquinas inteligentes, pautaram as palestras de Emerson Rezende, supervisor de manutenção da ServNews Robótica, e José Alberto Pereira dos Santos, coordenador do PTI (Parque Tecnológico de Itaipu).
Rezende citou aspectos da aplicação da IoT em processos complexos, nos quais ela auxilia no controle da qualidade, automação na logística, detecção de falhas e monitoramento de poluição ambiental. “E a IA entra na sequência, para garantir a qualidade, otimizar a logística, corrigir as falhas e restringir a poluição. Com isso, temos elevação da eficiência e eliminamos incertezas. A automação industrial é uma exigência atual para manutenção da competitividade e está cada vez mais acessível para empresas de todos os portes”, afirmou.
Para Santos, que mostrou iniciativas do PTI com IoT e IA – como sistemas de monitoramento de veículos e pessoas, reconhecimento de placas e condições de trânsito –, é importante avaliar as circunstâncias para uma implementação bem-sucedida desse tipo de inovação tecnológica.
“É preciso ter consciência, entender os impactos antes de adotar essas ferramentas. Dessa forma, o impacto pode ser controlado, organizado. Já há uma tendência nesse sentido por parte de grandes organizações, de implantar a tecnologia com mais cuidado, pois os efeitos podem ser complexos, como no mercado de trabalho”, disse.