Em comemoração ao Dia do Internacional das Mulheres e Meninas nas Ciência, o Parque Tecnológico recebeu a visita da astrônoma mirim Nicole Oliveira, de 9 anos, e da Dupla Big Bang, formada pelas irmãs Beatriz e Isabella Toassa da Silva, de 9 e 12 anos, respectivamente.
As divulgadoras científicas tiveram a oportunidade de conhecer toda a estrutura do Parque, o Nexus, a sala da AEB (Agência Espacial Brasileira), o Espaço Avibras de Tecnologia e Inovação e a Visiona Tecnologia Espacial – todas instituições instaladas no PqTec.
As meninas têm perfil no Instagram e canal no YouTube, onde desenvolvem conteúdos de divulgação científica. Nicole tem um perfil no Instagram com quase 30 mil seguidores.
Considerada a astrônoma mais jovem do mundo e conhecida como Nicolinha em suas redes, a astrônoma mirim começou a sua história com a ciência aos dois anos de idade, quando já estendia os braços para tentar alcançar as estrelas no céu e pedia à sua mãe para que desse a ela uma estrela. A paixão pela astronomia a levou a participar de cursos e até de projetos de ciência cidadã — e, mais recentemente, resultou na descoberta de mais de 20 rochas espaciais. Por meio do projeto Caça-Asteroides, realizado pelo programa International Astronomical Search Collaboration em parceria com a NASA, ela descobriu 18 possíveis asteroides.
O programa tem uma parceria como o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e tem o objetivo de introduzir os jovens à ciência por meio da oportunidade de realizarem descobertas espaciais por si próprios. Nicolinha inspira outras meninas a se interessar pela ciência, com seu exemplo e representatividade aos quase 30 mil seguidores em sua rede social e encoraja as meninas a persistirem na ciência: “Nunca desistam dos seus sonhos, que as meninas sempre persistam e estudem bastante, porque assim realizarão os seus projetos”, incentiva Nicolinha.
As divulgadoras científicas Bia e Bella se interessaram pela ciência ainda na educação infantil e foram classificadas a participar de um programa de incentivo a talentos oferecido pela escola, onde tinham aulas extracurriculares de criatividade e robótica. Já no primeiro ano do ensino fundamental foram convidadas a participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, em que são medalhistas. As meninas que amam ciência, astronomia e tecnologia sonham em conhecer a NASA. Atentos aos desejos das filhas, seus pais tiveram a ideia de criar um canal nas redes sociais onde as meninas pudessem compartilhar um pouco do que sabem, s rotina de estudos e as atividades que desenvolvem. Hoje a Bia e a Bella usam o perfil para incentivar outras crianças a estudar e aprender, de forma leve e divertida, com vídeos e conteúdos interativos. “Poder incentivar outras crianças a gostarem de ciência é um privilégio. A educação muda vidas e transforma o futuro. A meta da Dupla é levar informação de qualidade para cada vez mais pessoas”, diz Stefanie Camasmie, mãe das pequenas cientistas.
Mulheres na tecnologia e no Parque
O Parque Tecnológico São José dos Campos também tem mulheres que fizeram da ciência suas carreiras.
É o caso de Rubiane Oliveira, 44 anos, coordenadora dos laboratórios do PqTec, que desde a infância tinha interesse por pesquisa. “O interesse pela ciência já nasceu comigo, sempre fui uma pessoa muito interessada em saber a origem das coisas. Nunca aceitei essa ideia de que uma coisa é assim e pronto.” Aos 17 anos, Rubiane deixou a sua cidade e iniciou os seus estudos em Engenharia Elétrica, área em que hoje tem doutorado. Rubiane destaca a vocação das mulheres para a ciência a partir da curiosidade, habilidade essencial para uma cientista. “Posso dizer que, por natureza, as mulheres sempre foram mais curiosas para saber das coisas, em conhecer, se aventurar em todas as áreas. Para mim a curiosidade é a busca incansável pela origem das coisas, é o que faz uma mulher ser uma cientista. Uma cientista busca conhecimento com pesquisas e aplicações de métodos científico, seja em qualquer área”, define.
O interesse por ciências desde a infância também faz parte da história de Mirelly Silveira, 24 anos, analista de projetos do PqTec. “Sempre procurei me envolver com ciência, sempre fui admiradora de tecnologias. Aos 15 anos criei meu primeiro robô e aos 16 já unia algumas coleções de códigos programados por mim”, conta Mirelly.
Mirelly tem no currículo a participação em grandes congressos nacionais e passagens por países como Alemanha e Estados Unidos, onde estudou em laboratórios de Havard e do MIT e liderou uma equipe da organização do congresso do American Institute of Aeronautics and Astronautics.
Mirelly também esteve à frente do time de 83 mulheres cientistas ‘’Women In Research Growth’’ e um time de 50 cientistas voltado à tecnologias para o combate à Covid-19, a partir do qual foram criados os primeiros dashboards de monitoramento Covid-19 no Brasil.
Mulheres cientistas trazem representatividade e exemplo para meninas, mostrando que é possível trilhar o caminho e abrir mais portas para as futuras cientistas. “Cabe a nós, mulheres, que em sua minoria tiveram oportunidades de apreciar a ciência, buscar nossa representatividade, mostrando o que de mais excelente sabemos fazer: a arte do múltiplo pensamento e ações”, defende Mirelly.
Capital Estadual da Indústria Aeroespacial
A visita também marcou a celebração das empresas do Cluster Aeroespacial Brasileiro sobre a lei estadual que confere a São José dos Campos o título de Capital Estadual da Indústria Aeroespacial- Capital do Avião. Para comemorar o título, o Cluster inaugurou uma placa no Parque Tecnológico. A Lei nº 17.418 foi sancionada pelo Governo do Estado de São Paulo em 8 de outubro de 2021 e é de autoria da deputada estadual Letícia Aguiar.