Depois de quase dois anos em pandemia, empresas, escolas, restaurantes, consultórios e espaços comerciais avaliam maneiras de executar os seus serviços minimizando o risco de disseminação da covid-19. Para proporcionar um retorno ao presencial com mais segurança, um grupo de pesquisadores criou uma plataforma que simula configurações, posicionamentos e disposições capazes de auxiliar no planejamento de salas em ambientes fechados.
Chamado de Sala Planejada, o sistema pode ser utilizado por qualquer pessoa, inclusive de outros países, por estar disponível em inglês, é possível fazer os cálculos e simulações de forma gratuita pela internet neste link.
A produção nasceu de uma parceria entre pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo (ICT/Unifesp) que fica no Parque Tecnológico São José dos Campos, Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Instituto Federal de São Paulo (IFSP). A ferramenta teve apoio tecnológico do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (Cemeai), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.
Para usar o site basta preencher as opções desejadas e o algoritmo faz o resto. Primeiro é preciso colocar as dimensões de largura e comprimento da sala, além das dimensões das carteiras e o distanciamento mínimo entre os estudantes. O usuário pode escolher se deseja colocar o máximo de alunos dentro da sala, respeitando o distanciamento indicado, ou se quer alocar um número fixo de alunos com a maior distância possível entre eles. O site ainda pergunta se o aluno poderá mover a cadeira dele pela sala. No caso de cadeiras fixas, é preciso informar também quantidade de alunos e fileiras por sala.
Um dos autores, o professor na Unifesp Luís Felipe Bueno, explica que o site já gerou mais de 15 mil layouts de salas, principalmente em escolas. “Em geral, a solução do problema é obtida através de técnicas de otimização visando a maximizar o número de alunos em uma sala de aula, respeitando uma distância mínima entre as carteiras ocupadas. O aplicativo simula situações em que os assentos são fixos, portanto, devemos decidir onde cada aluno deve sentar, e o caso em que somos livres para mover os assentos”, disse.
Tecnologia usada no Enem
Por intermédio de um convênio com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a plataforma auxiliou na montagem das salas para receber alunos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Antes da pandemia, os organizadores trabalhavam com planilhas de quantos alunos poderiam ser alocados em cada sala para realização do exame. Em 2020, a adaptação da montagem foi feita sem o uso de ferramentas de modelos matemáticos, mas as alternativas encontradas não foram muito eficientes. No ano passado, a tecnologia que desenvolvemos auxiliou para atender às necessidades dos protocolos de distanciamento, obtendo melhores soluções”, comentou Felipe.
Ainda segundo o pesquisador, a plataforma já orientou professores de diversos lugares do Brasil. “Ficamos sabendo que várias Secretarias de Educação sugeriram que diretores e professores usassem nossa ferramenta para estimar a capacidade de suas salas seguindo o distanciamento social. Em especial, muitos professores da rede pública municipal de ensino no RJ procuraram a nossa equipe com dúvidas, que pudemos esclarecer, sobre a aplicação do modelo.”
Para utilizar a plataforma acesse aqui.